sábado, 12 de novembro de 2011

2011 - O ano que passou batido pela história da música...


Confesso que cada vez que abro uma edição da Rolling Stone, fico na expectativa para ler a coluna Vida Pop, de Miguel Sokol. E mais uma vez, reproduzirei sua coluna da edição nº 60. Acho que o debate será enriquecedor. Enfim, confiram e depois, vamos bater um papo.


“De Volta para o Futuro

Se ninguém tomar uma providência, 2011 acabará sem deixar qualquer efeméride musical para ser comemorada e entrará para a história como o ano em que nada memoravelmente bom aconteceu. Você deixará que a fotografia se apague junto com a sua própria existência? Então, deixe o Dr. Emmet Brown aqui te levar para um breve passeio ajustando os controles do De Lorean para 2001.

Bem-vindo a um mundo sem Facebook, nem Twitter, nem Instagram, nem YouTube, nem Chicabon de chocolate branco. Mesmo sem nada disso, 2001 tinha o primeiro disco do Strokes saindo para varrer do mapa o famigerado new metal de bandas como Limp Bizkit, Korn, e Linkin Park, que dominavam as paradas e invadiam tímpanos involuntariamente, transformando cérebros indefesos em sopa de letrinhas. É por isso que, de volta ao nosso ano de origem, estão todos comemorando os dez anos do Is This It.

Mas, como eu alertei, 2011 não deixará nenhuma efeméride como essa do Strokes para se comemorar daqui a uma década – e a explicação está em 1991, para onde nós devemos ir assim que o De Lorean for abastecido com CDs de new metal, afinal material reciclável sempre funcionou como combustível nesse veículo.


Aqui em 1991 não tem nem telefone celular, mas a quantidade de discos importantes saindo é enorme. Para não falarmos do Álbum Preto, do Metallica; do Screamacelica, do Primal Scream; do Achtung Baby, do U2; e do Dangerous, que se provaria o último álbum relevante do Michael Jackson; falemos dos discos de estreia do ano: Smashing Pumpkins, Pearl Jam e Green Day foram lançados aqui. A quantidade era tanta que, caprichosamente, Blood Sugar Sex Magik, do Red Hot Chili Peppers, e Nevermind, do Nirvana, saíram exatamente no mesmo dia – 24 de setembro. Até o primerão da Sandy com o Junior saiu em 1991.

Tudo o que há de novo em 2011 descende de 1991. E eu não estou falando de descendência musical, mas genética. Se o Chili Peppers lançou o Blood Sugar há 20 anos, em 2011 a filha do Flea, Clara Balzary, é que se lança como fotógrafa oficial da banda do pai. Já a filha de Kurt Cobain com Courtney Love, Frances Bean, acaba de se lançar modelo, estrelando um ensaio fotográfico sensual.

2011 é literalmente o ano dos filhos de 1991. Não é à toa que o meteoro Luan Santana fez 20 anos de idade em março e que a Sandy, em pleno aniversário de duas décadas do seu primeiro disco, descobriu que talvez tenha sido bem prazeroso o que a Maria Chiquinha foi fazer no mato. É isso que nós teremos de lembrar no futuro? Olhe a fotografia de novo. Você ainda está nela ou já sumiu?”



Sinceramente, não acho que há nenhum exagero na coluna. Penso da mesma maneira. Não há nada de novo que seja tão bom ao ponto de estarmos todos comentando, ouvindo, curtindo mesmo. Claro, tem coisas boas acontecendo em alguns lugares, tanto no Brasil quanto fora. Mas tem que procurar, tem que garimpar. Com o advento das novas mídias de divulgação, tem muita coisa por aí, e lixo é o que não falta. E vocês, o que acham?

Um comentário:

  1. Concordo em partes com a coluna. A quantidade de redes sociais facilitou a divulgação de muita coisa e, consequentemente, de muita merda. Entretanto, acho que o mercado vem melhorando desde o retorno do pop em 2009 com Lady GaGa. Pelo menos agora temos uma variedade maior de estilos nos topos das paradas, afastando aquela tenebrosa fase em que só Rap/Hip-Hop/R&B conseguiam se destacar. Apenas o nosso bom e velho rock é continua excluído da maior parte das rádios, nem Pitty consegue emplacar direito mais nos dials.

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